Barquinhos de papel

De braços dados com os pingos da chuva,

lavando a minha saudade,

eu patino descalço pela enxurrada.

A cada quadra eu solto um barquinho de papel.

Cinco já se foram levando pedidos de socorro

para o meu coração teimoso de esperança.

Ah, pobre coração...

Tão inocente!

Não sabe ainda ser preciso

um novo dilúvio e milhões de barquinhos de papel.