ESTRANGEIRA

Quando dei por mim

minhas mãos estavam vazias.

Assim como ao meu redor

só me restavam estranhos.

Eu, que amava nossas risadas,

barulhos e até relevava as brigas

agora era uma estrangeira

na minha própria vida.

Eles partiram de um modo vazio.

Nem um abraço ou bilhete;

simplesmente se foram

e me deixaram em pedaços.

Hoje, ainda aturdida,

sigo juntando meus cacos

reconstruindo minha vida

dia após dia.

Estrangeira estou. Os passos e os risos

que ouço são outros. Mais meu coração

tão tolo, sonha com o retorno

daqueles que tanto amei.

Amo-os ainda? Não sei.

Falta-me a lembrança da verdade

que para mim havia. Ou podemos,

amar o abandono e a covardia?

Não. Este é meu vazio.

Será preenchido com diversas

cores e aromas e novas histórias.

Serei um vaso novo!

Pertencerei novamente a minha terra

Ao abrir a janela, será para admirar a paisagem

e não mais para fitar a estrada,

em busca da sombra dos que partiram.

A vida tem tristezas

que algumas alegrias superam.

Fim da espera.

Ah, quem me dera!

Venham tomar um café gente. :) Obrigada. http://www.facebook.com/palavraspoeticas