ENIGMA PROMETAICO
«A Arte algemada»
Presa à rocha da indiferença
Em horizonte indefinido
Jaz a Arte e a sua crença,
Num combate por um sentido
Cruamente angustiada
Para ser libertada.
O sopro que lhe deu a vida
Pelo sonho de Prometeu
Não lhe conseguindo guarida
Um raio de esperança alvoreceu
E assim, por seus dilemas,
Rasgou-lhe as vis algemas.
Do cimo das altas montanhas
Esvoaça solene o condor
Pra lhe devorar as entranhas
Por encantos e desamor
Espanto alucinado
E sempre acorrentado.
Morreu o herói, cantou Lireu,
Rejuvenesceu Liriana
O seu brilho recrudesceu
Sem temer Vega soberana
Nessa constelação
D´ harmónica amplidão.
No limiar desta Nova Arte
Há clara Luz em toda a parte!
Frassino Machado
In LIRA BEM TEMPERADA
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