Ó VIDA
Passa a vida fora de mim
Aqui dentro vem me devora
Ando sobre o tempo sem fim
Dentro de mim de hora em hora...
E por onde há vida que se comemora?
A vida consome tudo no seu outono
E tudo hiberna antes da primavera
A espera da flor tirar tudo do sono...
Vida, vida! Onde está você?
Aquela que a tudo permeia.
Na ampulheta, estreita-se
No ser, a esvair-se pela areia...
... Ou então no relógio eu vejo você
Nos três ponteiros que a tudo me apontam
Nos segundos, minutos e horas em quê
A vida passa em números que se contam.
Ó vida! Será mesmo... Você só existe
Do seu nascimento ao seu pré-funeral?
Ou você fecha seus olhos e persiste
Da imensidão ao infinitesimal...?
Bem! Eu acredito que persiste!
Mas, sempre respeito outras opiniões!