Expectativa

Bem pode que o dia traga,

Novo alento que dormitava;

Enquanto a solidão essa praga,

Tomava o vácuo e castigava...

Aliás, solidão nem carece vaga,

Se infiltra qual água que escoa;

Uma vez instalada nos estraga,

Acentua falta de certa pessoa...

Mas, quando solitude nos alaga,

Submergem sonhos na represa;

mesmo calma castiga qual vaga,

ondas diversas das da natureza...

procela sem vento forte, indaga,

quem ler um tanto desatento;

desamor é Tsunami que estraga,

diga quem arrostou tal portento...

ou a rotina e sua afiada adaga,

legue mais do mesmo, dia velho;

corpo que só o trabalho afaga,

é a sua cruz, seu evangelho...