Caridade

Como é difícil fazer caridade,
Não é por falta de tempo e vontade,
Sei que o pedinte não pode morrer,
Recebe piedade pra viver.

Mas, o que ele sonha, eu questiono?

Sinto que deseja ser um leão,
Sem jaulas, livre num campo de relvas,
Beber água corrente, caçar o pão,
Arrebatar com as mãos o triste véu.

Zelar por estimado descendente,
Bradar altivo num bando de leões,
Absolvido de olhar condescendente,
De palavras que cobram sem perdões.

Então, prezo um ritual caridoso:

Levo uma caixa cinza, que me curva,
De bússola, mapa de retirante,
Carinho, respeito, couve, escuta,...,
E um coração de fé e esperança.
Maria Amélia Thomaz
Enviado por Maria Amélia Thomaz em 12/11/2013
Reeditado em 12/11/2013
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