Plágio
Para alguém que teve cancer e curou
Canto 1
Eu escreveria os versos mais tristes esta noite.
Estou sozinho e tua doença
é o que vida usa para te tirar de mim.
Poderia te dizer uma infinidade de coisas belas:
que adoro teus músculos brancos e tua carne macia,
mas não seria verdade.
Estás velha como eu e teus músculos também estão todos
flácidos e tua carne está sendo destruída
pelo carcinoma.
Canto 2
Então eu pensei: ainda estamos engessados,
mesmo distantes do tempo do primeiro orgasmo
que insiste em viver quarenta e cinco anos.
Canto 3
Tudo foi bom demais:
foi eterno enquanto durou
e infinito porque nunca terminará.
Canto 4
E, como um menino,
ajoelhado em frente a teu leito de agonia
pensei em te fazer a derradeira proposta:
tu que fostes sempre tão feliz na teimosia
porque não embirra um pouco mais? Aposta!
e fica comigo, não vai embora.
Diz pro homem que não está na hora.
Que vais ficar
e me amar.
Para alguém que teve cancer e curou
Canto 1
Eu escreveria os versos mais tristes esta noite.
Estou sozinho e tua doença
é o que vida usa para te tirar de mim.
Poderia te dizer uma infinidade de coisas belas:
que adoro teus músculos brancos e tua carne macia,
mas não seria verdade.
Estás velha como eu e teus músculos também estão todos
flácidos e tua carne está sendo destruída
pelo carcinoma.
Canto 2
Então eu pensei: ainda estamos engessados,
mesmo distantes do tempo do primeiro orgasmo
que insiste em viver quarenta e cinco anos.
Canto 3
Tudo foi bom demais:
foi eterno enquanto durou
e infinito porque nunca terminará.
Canto 4
E, como um menino,
ajoelhado em frente a teu leito de agonia
pensei em te fazer a derradeira proposta:
tu que fostes sempre tão feliz na teimosia
porque não embirra um pouco mais? Aposta!
e fica comigo, não vai embora.
Diz pro homem que não está na hora.
Que vais ficar
e me amar.