tapete das horas
é nesse instante único
que me deito na espera
e vislumbro a quimera
numa prece urgente
e necessária...
que não descansa sob o sol
e não deixa de sonhar...
observo, quase que tocando-te
tamanha vontade de aplacar
a ansiedade das horas
e da prisão dos sentidos
ora grito, ora calo
na verdade, me perco
dedilhando seu poema
num querer de uma entrega
quase que total
não fosse minha desatenta lógica,
que me faz perder a noção
de entender que não é meu poema
e eu nessa pretensa vontade de fazer parte
esqueço que é preciso o "quereres"
num plural de amor e vontade
e numa entrega inexistente
de olhos e mãos
que me dediques
que me dedilhes
além da impressão
que já pertence ao meu peito
que se desenhe no seu coração
um tapete de sonhos e belezas
dessa primavera que amo
e que respiro nas "últimas" horas