Futuro do passado, presente

Escrevo com meus 
cabelos brancos
e, se são brancos,
que culpa tenho eu
dos versos mancos ?

Escrevo com a criança
que existe, persiste,
insiste em brincar 
e purificar o doer das velhas penas
transformando-as em mansos versos.

Dou as mãos
a criança que me habita, 
ingênua e pura, 
e somos sorrisos e lágrimas, 
lágrimas e sorrisos num só espelho.

Sou o passo seguro que antevê cilada
mas que se deixa ir e ficar 
no abrigo secreto da infância.
Ali somos outra vez criança.

Roberto Gonçalves
RG
Enviado por RG em 06/10/2013
Código do texto: T4513334
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