Quem sabe?

Quem sabe amanhã

eu não te enlace

e beije os teus lábios quentes e encarnados

e nossas almas alegres e advertidas

sintam-se entre esses doces abraços uma nova vida,

por todo amor e qualquer amor que nos for sonhado?

Quem sabe amanhã

o dia não nos chegue novo

e apartando de qualquer alvoroço

nossos corações apaziguados

não nos permitam

amar de novo?

Quem sabe...

nossos amores nunca se acabem

e eu passe a amar-te eternamente

enquanto durarem essas vontades?

E se por amar demais eu nunca mais te ame,

e seja um cego e surdo amante,

que apenas viveu para ser amado?