Recomeços
.:.
O homem tem o dom de errar.
Tem o dom de amar;
o dom de esperar e de pedir esperanças.
O homem tem o poder de errar.
Tem o poder de amar;
e o poder de esperar e de pedir esperanças.
O dom é dádiva,
posto que somos divinos.
O poder é habilidade,
posto que somos humanos.
Que a divindade do perdão,
atuando na possibilidade humana,
consiga dar ao imperfeito homem
a perfeição divina que nasce com o amor.
Que as decepções não se finquem na alma;
e que surjam recomeços de vigorosas promessas.
Que as frustrações, decorrentes das buscas,
sejam apenas pontes, meras passagens,
por ondem caminham nossos limites.
Que as incertezas,
ocasionadas durante as quedas do percurso,
não sejam consideradas máculas, nem ranhuras...
Que as incertezas, acima de tudo,
sejam decorrentes do medo de tentar.
Que as dúvidas sejam apenas protelatórias...
Que não sejam sinais de antecipado e definitivo “Não!”.
Que exista saudade, raiva... Mas nunca indiferença.
E que mesmo na saudade, apesar do risco,
não seja dado, nunca mais, nenhum novo adeus.
Quando erramos, em razão do sofrimento,
despedaçamos nossas almas e gritamos!
E que o grito, ao atingir o anteparo do outro,
seja entendido como pedido de socorro:
nunca como agressão.
Juazeiro do Norte-CE, 11 de Setembro de 2013.
09h11min
.:.