Filho de Dédalo

Voa cotovia mansa

Que ao voar alcança todo o meu penar.

Pousa neste pasto frio onde minha alma chora

Que a saudade implora

Ouvir de novo seu cantar.

Desliza a garça imponente

Nas águas claras dessa imensidão

E vibra de emoção e sente

Pulsa um coração carente

Cansado de bater em vão.

Voa sabiá errante,

Paire em meu olhar, semblante

Inerte e livre no ar,

Siga com destreza infante,

Cresça com nobreza e encante,

Triunfe o mórbido pesar.

Voa solidão audaz,

Desfrute o teu espaço

E faz proveito

Que me sinto em paz.

Não sou ave de rapina,

Nem alado...

A vida ensina:

Posso também voar.

Júlio Amorim
Enviado por Júlio Amorim em 08/09/2013
Reeditado em 23/01/2015
Código do texto: T4472244
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