Filho de Dédalo
Voa cotovia mansa
Que ao voar alcança todo o meu penar.
Pousa neste pasto frio onde minha alma chora
Que a saudade implora
Ouvir de novo seu cantar.
Desliza a garça imponente
Nas águas claras dessa imensidão
E vibra de emoção e sente
Pulsa um coração carente
Cansado de bater em vão.
Voa sabiá errante,
Paire em meu olhar, semblante
Inerte e livre no ar,
Siga com destreza infante,
Cresça com nobreza e encante,
Triunfe o mórbido pesar.
Voa solidão audaz,
Desfrute o teu espaço
E faz proveito
Que me sinto em paz.
Não sou ave de rapina,
Nem alado...
A vida ensina:
Posso também voar.