E os nossos filhos?
Para quem tem filhos, ou pretende tê-los, chega a ser cansativo o debate público sobre “como educá-los”.
As respostas ignoram que, a cada dia, se aprofunda a distância entre a realidade da atual geração e aquela que a precedeu.
Estabelecer regras rígidas para os filhos, cercear o acesso a tal e tal programa, exigir o uso contínuo do celular, ou acompanhar o ritmo de seu caminhar, ignorando as próprias falhas. Missão ingrata.
O caráter de qualquer pessoa se estabelece a partir de seu contato com o mundo ao redor. Isso se chama “comunicação”.
Tal força nos nossos dias é como uma corrente de águas, trazendo pela mídia escrita, falada, televisada, ou mesmo pela internet, um universo ao nosso lar.
Fiscalizar algo cuja dimensão foge ao controle de nossas mãos, escorrendo por entre os dedos, é uma tarefa impossível.
O conhecimento é fundamental para preservação da qualidade de vida do ser humano, mas há senões.
Os incentivos que nos são colocados à disposição não refletem somente a família, a casa, o bairro, mas tudo o que a mente pode entender.
Seria, assim, um erro, e mesmo uma arbitrariedade, tolher os mais jovens de acessar aquilo que representa uma verdade.
Mas, como todo trigo abriga o joio, como impedir que aqueles que prezamos sejam maculados?
A priori, isso parece uma tarefa para o Super-Homem.
A lógica fria nos coloca diante de um impasse, pois para salvar o futuro dos filhos devemos lhes dar espaço livre no presente.
Como todo presente teve um passado, nele está a chave de Deus: “Ensina o menino o bom caminho e nunca sairá dele” (Pv 2:6).