ROSEIRAL

Por fim colho as rosas

Das pradarias perdidas

Das faces formosas

Pelo sol escondidas

Por fim as recolho

Do altar do infinito

Do cantinho do olho

Das retinas do mito

Que o sentimento inflâma

Nascendo das brumas

Da dor de quem ama

As convergidas espumas

Do mar que escerra

O possível horizonte

Na impiedosa terra

Desgasta sua fonte

Jorram os sentidos

Que restam do agora

Onde o futuro vivido

Perdeu-se cá fora

No limiar escondido

Que o sol em sua cova

Enterrou combalido

E jamais houve prova

Deste ato bandido

Desta impúdica cova

Onde renasce o remido

D'outra raíz nova...

Ressucitou a rosa!