CLAMOR!
Faz de mim o teu clamor primal
Que eu seja de ti o desejo ígneo
E tu para mim seja paz abissal
E teu corpo meu abismo felíneo.
Rompe as barreiras do impossível
Reverbera em mim o canto insano
Da entrega embriagada e crível
Que teu toque em mim seja profano.
Acolhe a minha lucidez insensata
Reacende brasas em hibernação
Compõe em minha mão uma sonata
Criva os acordes na alma-coração.
Não te espanta, nada tens a temer
Quem ama a paixão anistia a dor
Escreve na alma o que vem a sofrer
Sorve sua lágrima em pranto –amor.
Não me recusa a súplica primacial
Rega este amor, faz dele o teu altar
Dança comigo a esperança matricial
Acomoda em nós, noites de luar.