DEVANEIOS DE UMA ALMA PEREGRINA

Na certeza da minha incerteza,

Na sensatez da minha insensatez,

Na dúvida não arrisco, nem corro risco,

Rabisco minha intuição solidária,

Linhas marcadas com a força do tempo,

Enviesadas, momentos sem contra tempo,

No abismo o ócio perdido, aturdido,

O eco ecoa sem parar no vazio,

Medos calafrios, medida de proteção,

Olho o horizonte sensação infinita,

A estrada é longa, não há desvios,

Sigo determinada sei que há chegada,

Fui escalada na estrada da vida,

Feridas cicatrizadas, cicatrizes ficaram,

A alma pede calma, sigo meu caminho,

Com os pés descalços tiro os espinhos,

Calejados pela insistência e persistência,

Não é penitencia foi minha a sentença,

Para facilitar tiro às pedras da trilha,

São armadilhas que levam ao precipício,

Só há uma direção para olhar,

Firmo o passo sem descompasso,

Sou peregrina desde menina,

Na imaginação desbravei o mundo,

Voei na intensidade dos ventos,

Adormeci em uma nuvem amiga,

Meus pés doloridos quererem descanso,

Então resolvi atravessar os mares da vida,

Nadando, flutuando na água aquecida,

Fechei os olhos adormeci, sonhei,

Acolhida na barriga da minha mãe,

Confortavelmente acolhida e querida.

Marta Cavalcante Paes
Enviado por Marta Cavalcante Paes em 21/08/2013
Reeditado em 11/01/2014
Código do texto: T4445373
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.