Sinfonia da esperança

 

Canto o silêncio das longas madrugadas
O frio das paredes  de vida  desbotadas
Canto as  estrelas  guardiãs  das noites
Com a coração estilhaçado pelo  açoite

 
Canto a saudade esparramada na lida
Imensa ladainha da esperança perdida
Canto a lua minguante a minguar luz 
Diante do cansaço pela  pesada  cruz.

 
Canto  a felicidade arrastada no medo
Insegurança  dos plangentes segredos
Canto as sombras ocultas no arrebol
Rotineiro amanhecer  distante do sol

 
Canto o amor que de frágil se quebrou
Sonhos  etéreos  que o tempo apagou
Canto  as flores sufocadas nos espinhos
A distância da fraternidade no caminho

 
Canto a  chama solitária da  última vela
O sal das lágrimas que a solidão revela
Canto trevas que amedrontam os  dias
O vazio que  semeia no existir a agonia

 
Canto ainda que a  mágoa  teime em ficar
Porque  canções  tornam  leve o caminhar
E quando a saudade entoar  sinfonias
Um canto de paz devolve-me a alegria....




 
                               Ana Stoppa
 
 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 19/08/2013
Código do texto: T4440990
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