Súplicas
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O teu encanto, o sorriso que me arrebatou...
Não são da Terra – são dádivas de Deus!
A sensibilidade da minha visão cansada,
cansada pelas amarguras da alma humana,
despiu-se do medo, revelando-se novamente.
Existia o medo, permanecem as inquietações.
E de mim, da surdez profunda e renitente,
emergiu o calor da serena busca que nos apraz.
Teus cabelos seduzem a ilusão da brisa.
Tua boca reveste-se de irrecusável convite.
Tua pele exige o toque – das minhas mãos!
Teus olhos, arrebatadores, foram mortais.
A gravidade, naturalmente, sugere descidas...
Ah, mas os sonhos não precisam da lógica!
Quero mesmo é subir, exceder-me e me erguer.
Subir nos ombros da imaginação,
podendo tocar a singularidade do teu corpo;
exceder-me nas gentilezas do toque,
explorando cada poro com a suavidade do desejo;
... E me erguer, renascendo das cinzas,
revigorando a vontade de dizer-te, sem rodeios,
que o amor é a ressurreição da existência.
Crato-CE, 4 de Agosto de 2013.
23h35min
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