Busquei o mar, em sua imensidão.
Veio e tocou bem lá no coração.
E convidou-me nele passear.
Mui carinhoso, deu-me sua mão.
Silencioso, cantou uma canção.
E fiquei calma com seu marulhar.
Foi um passeio de beleza enorme.
E mostrou-me onde descansa e dorme.
Porque também precisa descansar.
Falou então, pegue a tristeza e estorne.
E quando conseguir me informe.
E só assim vamos juntos viajar.
Passou um barco, e me levou ao porto.
Senti saudades, meu coração palpita torto.
Meu nobre amigo, especial, meu lindo mar.
Mesmo salgado, não posso lhe chamar de Morto.
É tão suave, tranquilo e lindo como um horto.
Um dia vamos, de costa a costa, marear.
Regina Madeira
"foto da autora"