Enquanto Tu Não Chegas

Enquanto tu não chegas,

Vou destilando meu amor:

Me consumindo em beijos de ator;

Me esvaindo em abraços sem calor;

Enquanto tu não chegas,

Sou um poço cheio de amargor,

Descontando em seja quem for,

Toda a minha ira e desamor!

Enquanto tu não chegas,

Existo por existir somente;

E tudo em mim é torpe e demente;

Tudo em mim é falso! Tudo mente!

Enquanto tu não chegas,

Tudo finda breve e de repente;

E fica sempre um vazio latente,

a me sufocar tão lentamente...

Enquanto tu não chegas,

Atiro-me cego em tantas camas

De corpo aberto e o peito em chamas

Fecho os olhos e finjo que chamas

Enquanto tu não chegas,

Vou errando, caindo em lamas!

E choro! E imagino se tu me amas;

E onde estarás que não me reclamas?

Enquanto tu não chegas,

A resignação me consumiu;

Me fez taciturno, cruel e vil;

E no coração o grande vazio!

Enquanto tu não chegas,

Vou esquecendo... nada existiu;

Nunca houve amor... somente estil;

Tudo foi apenas desejo pueril...

Enquanto tu não chegas,

Meu mundo dar voltas em vão;

Larguei meus sonhos pelo chão;

E para nada mais há salvação!

Enquanto tu não chegas,

Só me resta esperar-te então

E crê que, em alguma região,

Tu me tens quardado teu coração!

Franz Venn Nietzsche
Enviado por Franz Venn Nietzsche em 27/07/2013
Código do texto: T4407458
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