Aprendendo a Reviver

A força com que impulsiona seu quadril contra o meu,
Equivale a que segura meu pescoço.
Arremata com seu olhar fulminante,
Aniquilador como seu tom de voz.
Jurando amor,
Entrecorta injúrias inomináveis.
Confunde minha alma,
Costurando-se a minha infame autoestima.
Abdiquei da lógica preservação pessoal;
Aceitei suas garras ferindo carne minha,
Arrancando terços da minha frágil psique.
Licenciei-me da poesia,
Joguei-me sem precedentes ao seu poder;
Chegou, domou, destruiu.
Em transe,
Fui sua,
Deixei de ser minha.

Aquele tapa consertou meu centro.
Fitei o espelho como nunca antes:
Quem era aquele vulto sangrando?
Cansei de não me reconhecer naquele quebrantado ser.
Lavei o rosto,
Transmutei lágrimas em combustível,
Saí,
Fui para longe.
Fechei o livro de prosa,
Recomecei em versos.
Quem diria?
A energia motora é minha,
Sou eu.
Karla Hack dos Santos
Enviado por Karla Hack dos Santos em 16/07/2013
Reeditado em 11/08/2013
Código do texto: T4390510
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.