Voltar Para o Mato

Trânsito parado, cidade infernal.

Quero voltar para o mato,

onde tudo é sem igual,

para sempre ficar no anonimato.

Quero acordar com os passarinhos,

cantar com eles a alegria de estar viva.

Fazer do mato meu ninho,

da metrópole deixar se ser cativa.

Tomar banho de riacho nua,

enquanto o café se faz no fogao a lenha

juntar flores para esperar a lua

com a mesa posta esperando que venha.

Deitar na rede crua da varanda,

ouvindo o som que compõe a cachoeira.

Fechar os olhos para ver o vagar que a vida anda

pensar só em ti, tranquilamente ficar de bobeira.

Quero voltar para o mato, já não sei viver aqui.

Tenho infinita urgência de resgatar minha paz,

Na casinha branca e azul viver a vida que escolhi

enfeitada de girassóis, vivenviar tudo que só me apraz.

- E quem sabe tu venhas me acompanhar

e o teu amor nas mãos traz.

Enquanto esse dia não chega,

o trânsito passa e vai, no eterno vai-e-vem.