AQUARELA
E era tudo branco como papel,
Ao meus olhos apenas o nada,
Em minhas mãos aquarela e pincel.
Pintei de azul profundo, chamei de infinito,
Fiz pontos prateados, chamei de estrelas,
Luz e cor... Olhava para cima, havia felicidade!
Em uma dança enigmática,
As estrelas dançavam misteriosamente,
Me perdia entre o real e o imaginário.
Pintei de amarelo, chamei de deserto,
Fiz pontos de todas as cores da aquarela,
Chamei de oásis.
Era quente, era vivo, era real,
Era poético ver o encontro do oásis com o deserto,
Enchiam os olhos de esperança, pois no nada havia vida.
Pintei grandes edificações,
Corpos de diversas formas físicas,
Chamei de obra de arte,
Umas vinham outras iam,
E na correria que chamei de vida,
Todas buscavam a mesma coisa, a felicidade.
A aquarela caiu de minha mão, as cores derramaram-se na terra,
Tudo ficou colorido, chamei de biodiversidade,
Era lindo, e por alguns minutos fiquei admirando...
Ventava, e no campo as flores se abraçavam,
Não sei se via rosa, laranja, lilas...
As cores se misturavam!
Pintei as nuvens e as chuvas,
As noites e os dias,
O sol e a lua.
No céu eu vi meus sonhos,
No oásis a esperança,
E na aquarela as cores de uma vida.