AQUARELA

E era tudo branco como papel,

Ao meus olhos apenas o nada,

Em minhas mãos aquarela e pincel.

Pintei de azul profundo, chamei de infinito,

Fiz pontos prateados, chamei de estrelas,

Luz e cor... Olhava para cima, havia felicidade!

Em uma dança enigmática,

As estrelas dançavam misteriosamente,

Me perdia entre o real e o imaginário.

Pintei de amarelo, chamei de deserto,

Fiz pontos de todas as cores da aquarela,

Chamei de oásis.

Era quente, era vivo, era real,

Era poético ver o encontro do oásis com o deserto,

Enchiam os olhos de esperança, pois no nada havia vida.

Pintei grandes edificações,

Corpos de diversas formas físicas,

Chamei de obra de arte,

Umas vinham outras iam,

E na correria que chamei de vida,

Todas buscavam a mesma coisa, a felicidade.

A aquarela caiu de minha mão, as cores derramaram-se na terra,

Tudo ficou colorido, chamei de biodiversidade,

Era lindo, e por alguns minutos fiquei admirando...

Ventava, e no campo as flores se abraçavam,

Não sei se via rosa, laranja, lilas...

As cores se misturavam!

Pintei as nuvens e as chuvas,

As noites e os dias,

O sol e a lua.

No céu eu vi meus sonhos,

No oásis a esperança,

E na aquarela as cores de uma vida.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 03/07/2013
Código do texto: T4370967
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