DIA CINZENTO
Morri de pena quando amanheceu!
Acabou-se a festa! Madrugada!
Bando de pássaros e carnaval
foram juntos com a alvorada!
Ficaram lembranças, esperanças.
Agora tudo são cinzas!
Quarta-feira, dia cinzento!
Só Tristeza! Só Lamento!
Agora é resto...são lágrimas.
Que lástima! Que lamento!
Esperando! Tempo lento!
Nova flor há de nascer!
Há de ter nova festa!
Há de ter outro carnaval!
O bem vencerá o mal!
O povo já se manifesta!
Há de ter outro governo!
Há de acabar este inferno!
Há de acabar este inverno!
Há de ter outro sistema!
Há de ter outro esquema!
Há de ter outro poema!
A dinâmica é a sequência!
O mal tem sua frequência!
O resto é consequência.
Ilha Solteira, 29/06/1984