VIDA
Vida
A vida
não é um jogo,
que se possa jogar
perigosamente.
Há os outros,
em seus erros e acertos,
rotas estabelecidas
em sentimentos simples,
e rotinas simples
feitas de braços abertos,
sorrisos cativos
e sentimentos vivos,
e vontades de amar
ternamente.
E nisso se abrem rituais
e se abrigam convenções,
se sabem caminhos
de fim de tarde,
ocasos de sol que parte,
segredos de adivinhos,
eclipses, conjunções...
E nas páginas dos dias,
nuvens perfumadas de tinta
antecipam versos por escrever,
rabiscos rápidos, de fogo,
nas margens de outros textos,
em pergaminhos grossos
de sortilégios antigos,
fados fortes
e pequenas mortes,
em ritos não cumpridos.
A vida vive-se assim,
perigosamente.
Não se joga.
3/4/2007