NATIVA

Em minha boca tua língua nativa

Em teu corpo a sensualidade basilar

Como uma obra de arte sem adornos

Plena por expor todas as tuas minúcias

E o desejo torna-se endógeno em mim

E não há nada em ti que seja pernóstico

Nada que seja presumível ou mesmo fugaz

E meu desejo não se torna um trânsfuga

Nem nas arrebatadoras ondas da subjetividade

Preso ao bojo de teu inebriante encantamento

Pedra angular de todas as minhas vontades

Que transita por teus contrastes dissonantes

Na fusão de tudo que seja indomável em nós

A engendrar estes desdobramentos oníricos

Pela circularidade de nossos espaços atemporais

Tento apalpar os teus instigantes limítrofes

No equilíbrio de todos os nossos contrastes

No decifrar os teus femininos instintos infinitos

Como fotogramas criados pelo imaginário

Pelo clamor dessas volúpias palpitantes

Nada em teu tempo e em ti é por si prolixo

Mesmo que os minutos tornem-se ancípites

Os meus quereres são por demais infungíveis

E todos os momentos contidos na anamnese

Estão tatuados na jusante das transparências

E não há como prolatar o que se quer já

Mesmo que a demora seja de toda déspota

E em minha boca sempre tua língua nativa

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 18/06/2013
Código do texto: T4347631
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