A ANGÚSTIA DE NÃO TE VER
Essa pequena luz trêmula de vela
Que dança amarela esse silêncio
Chora a dor de se ver apagar
Irradia teimosa seu pálido calor
As sobras de seu fraco lampejar
Preenchem ambiente de angustia
Hesitam sobre paredes projetar-se
Rastejam o tempo que não quer ter fim
Mas da fresta que dá no fim da noite
Fresca brisa te sopra tão caloroso ventre
As sombras astigmáticas numa só dança
Correm o tempo e secam as lágrimas
Logo raios de luz substituem a brisa
Rasga-se um novo e pelejante dia
Restos da noite só poeiras dançantes
Iluminadas pelos raios vívidos da luz
Gritos de crianças que ao parque rodeiam
Burburinho de povo que ao trabalho segue
Mais um dia atribulado a enganar o coração
A fazer esquecer o que lá dentro não desfaz
Mais uma longa noite logo logo vem surgir
A vela mais uma vez calada luz reluzirá
Gêmeas sombras na tua espera ressurgirão
E dançarão a esperança de te ver chegar