Ai de mim, natureza humana...
Brigar contra si mesmo
Abatendo os quereres mais diletos;
Sangrando o peito a todo instante,
Cavaleiro sombrio e errante.
Ai de ti, natureza humana
De atitude torpe e insana!
Que destrói o que há de humano
Em nome da uma lei inimiga.
Calma, com o andor que o santo...
Não se sabe nem do que é.
Voe como gaivota no azul profundo
Em busca do seu próprio mundo.
Seja o que fores: ave de rapina,
Serpente, ovelha inocente, gente.
Voe mais alto que puder
Mais nunca perca o chão.
É de lá, da terra da alma
Onde brotam as sementes naturais,
Que vais cavar o teu sustento,
O alimento do espírito e nada mais.