O CANTO DA ESPERANÇA

Mataram mais um na esquina,
Assaltaram um outro na praça,
Estupraram mais uma menina,
Alimentaram o estômago da desgraça.

Mais uma criança morre de fome,
Outra mulher é espancada,
Correr...? Como...? Para onde...?
Se a alma está castigada.

Já no planalto central,
Tudo é diferente,
Tudo corre (a) normal,
Entre os olhares indiferentes.

E a massa sofrida, falida,
Mescla suor e pranto,
Ainda assim respira vida,
Enxerga um mundo belo, no entanto.

É que a esperança dessa gente sofrida,
... Não calou o seu canto.