No tempo em que vivi

Acordar pelo desencanto

Da alma perdida em altas madrugadas

Do sonho pesadelo ostentado pela abençoada, por que não, inveja

Veste a cada amanhecer uma máscara teatral

Para suprir a necessidade de sobrevivência neste fútil mundo

Teu chão imenso e gelado te dá forças para sustentar teu ego

Tua amargura tão isolada dentro do peito

Pulsa impacientemente por libertação

Somente a esperança de que algum dia algo mude

Um golpe de misericórdia

Olhes para trás

Não sustenta tanta aptidão, tão insólita

Tem em muito se desencorajado

Procurando força onde não há

Pegue tuas vestes e sacuda todo o pó

Levante, use o pouco que ainda lhe resta de decência

E mostre que ainda pode suportar um pouco mais

Afinal quem já nadou em mar aberto diante de uma tempestade não pode ter medo de uma enchentezinha.