ARREBATADOR DESEJO
Não desejo e nunca desejarei ser teu suserano
Mais fácil seria ser teu vassalo independente
Um vassalo com idéias e iniciativas próprias
Que frente aos futuros sonhos não dilacerados
Concentra-se em transpor os muros do tempo
Os fossos da masmorra desta infinda saudade
Para não tornar malbarata minha esperança
Nem soçobrar nos desfiladeiros do dia á dia
No cediço caminho das nossas interrogações
Perdido que fico em minha tolice absoluta
Onde posso ilidir toda a minha futura vontade
Por minhas inarticuladas e impulsivas ações
Nunca anatematizarei as tuas pessoais atitudes
Nem obnubilarei as vias pelo tempo traçadas
Pois sou feito da amálgama de nossas divergências
Conheço a não reversibilidade de minha trivialidade
Mas nunca serão timoratas as minhas férreas vontades
Na procura por tua inefável essencialidade íntima
Sem pressa sem estratagemas sem perguntas
Para que não haja afasia em nossa comunicação
Nem panóplias tentando obscurecer nossos atos
Ou rascunhos de épuras de nossas individualidades
Pois nada em ti e de ti é para mim escusável
E nunca será olvidada essa tua presença em mim
Pois atiça em mim minha cinegética instintiva
Impulsionado que sou arrebatadoramente
Pelo ardor contido no desejo de sentir toda volúpia
Contida na concupiscência de tua alma e de tua carne
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