Colheita Bendita

Os campos tornaram-se alvos

E branquejam a paisagem

Se fazendo prontos para a sega

O meu passado,

Que hoje amadurecera

E minh’alma o renega

A vida vã

Um corpo sombrio

Nada mais além destas colinas

Logo a ceifa, levará

E o que restar (serei eu?)

Queimará em fogo, em fogo

Já há um grito

Surdo dentro em mim

Inevitável...

Mas o que há?

Não fora assim,

Que desejei?

Por que então

Aflige-se minh’alma

Se branquejam os campos

Não há fuga,

É hora de segar.