EMOÇÕES ABSTRATAS
Como transpor essa fenda atemporal
Para dela não emergir arrependimentos
No deserto onde erra rebanho de desejos
Não aprecio uniformes formas lapidares
Preso que sou a tudo que me seja excepcional
Fugindo assim de tautológicas elucubrações
De descobertas advindas de emoções abstratas
Lapidadas pela mutabilidade de nossos anseios
Ávidos pelo amálgama de nossas íntimas vontades
Que sempre escondemos em discursos anfigúricos
Na consonância desse desejo que em si transpomos
Sem que precisemos prescindir do uso prosopopéias
Mesmo que tenhamos resquícios de logofobia
Concomitante aos aforismos que usamos entre nós
Na tentativa de uma comunicação por nós cifrada
Onde tentamos diuturnamente nos decifrar mutuamente
Nas entrelinhas desses momentos de interação
Onde deslumbro estar contigo em seu tempo
E na vontade imensurável de estar em teu horizonte
Abrangendo toda essa sua feminina dimensão
Pela sedução que tens em todos os teus gestos
Que me envolve e instiga mesmo na distância
www.recantodasletras.com.br/autores/leilson