O barquinho de papel
Tava em casa aqui me perguntando
por que que eu parei de brincar
sempre gostei de brincadeiras
elas sempre me fizeram sonhar
há pouco tempo fui criança
eu ainda consigo recordar
mas a dureza deste mundo
não me deixou mais brincar
na memória só lembranças
eram tempos de alegria
eu vivia inventando brincadeiras
para todos os amigos brincarem
era esconde-esconde pra cá
era pega-pega pra lá
mas o que eu mais gostava
era de poder navegar
quando o tempo se fechava
e o céu escurecia
eu já corria me preparar
uma folha de papel na mão
algumas simples dobras
minha embarcação estava pronta
e era hora de navegar
a chuva caia molhando a calçada
e no cordão junto a rua uma correnteza surgia
meu barquinho de papel por ali navegava
e correndo atrás dele
lá estava eu na maior euforia
era eu que o comandava
como um pirata eu me sentia
claro que eram apenas alguns metros
até o barquinho virar
mas pra mim momentos eternos
ali eu tomava conta do mar
uma aventura sem igual
que eu não consigo nem contar
de saudade da infância
ao escrever esse poema
o meu céu escureceu
e acho que já começou até garoar
to preparado aqui agora
é hora do comandante voltar
que venham marés gigantes
eu não tenho medo de enfrentar
se afundar um... eu faço outro
com o barquinho de papel
eu nunca mais paro de brincar
fazendo ele eu aprendi
que sempre se pode sonhar!!!