(Des) começo.
Entre o tempo nublado segue-me a escuridão, esvaindo - se minha sanidade.
Entre eu e você o vazio, o cinza, a imensidão.
Palavras escritas, gritos mudos já não são o suficiente.
Basta de inocência e pureza demonstrada.
Cubro-me com cascos e feridas calejadas.
Já não me importo, se é começo, meio ou fim.
Meu espelho já não reflete o brilho de um sorriso, um olhar, um momento.
Meus olhos desaprenderam a chorar, sentem apenas lembranças de lágrimas.
Já não sei se é o começo do fim ou o fim do começo.
Achegasse a Musa, entre fumaça, nuvens e espinhos...
Sopra em minha mente vida, sussurra em meus ouvidos, me encanta com suave melodia,
Como uma borboleta se desvencilha de seu casulo, sinto o brilho do sol.
Será esse o começo do fim, o fim do começo?
Apenas o (Des)começo.