A roseira e a mulher
A roseira é a mesma, somente o tempo a deixou mais velha,
os botões estão murchos e morrem a cada dia.
Também está doente por culpa de uma trepadeira que insiste em se agarrar nela.
Mas olhos carinhosos e mãos suaves a livram das garras.
Poda as flores e galhos que a incomodam.
Novos brotos começam a nascer.
Botões vermelhos a se formar.
Algumas rosas entreabrem.
Assim é a mulher sofrida, que viveu por anos submissa, dedicada.
Mas como acordando de um pesadelo,
começa a extinguir a raiva dentro de si.
Diminui o ciúme, o apego ás pessoas, corta as chances de ser ofendida, magoada.
Agora ela sorri mais, passeia, lê, tem amigos e começa a renascer.
Não se preocupa tanto, apenas vive.