A roseira e a mulher

A roseira é a mesma, somente o tempo a deixou mais velha,

os botões estão murchos e morrem a cada dia.

Também está doente por culpa de uma trepadeira que insiste em se agarrar nela.

Mas olhos carinhosos e mãos suaves a livram das garras.

Poda as flores e galhos que a incomodam.

Novos brotos começam a nascer.

Botões vermelhos a se formar.

Algumas rosas entreabrem.

Assim é a mulher sofrida, que viveu por anos submissa, dedicada.

Mas como acordando de um pesadelo,

começa a extinguir a raiva dentro de si.

Diminui o ciúme, o apego ás pessoas, corta as chances de ser ofendida, magoada.

Agora ela sorri mais, passeia, lê, tem amigos e começa a renascer.

Não se preocupa tanto, apenas vive.

Edmeia
Enviado por Edmeia em 12/03/2013
Código do texto: T4184152
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