À TERRA
Cultivo a terra com o que tenho, minhas mãos, minha alma e meu coração
E ela responde aos meus afagos com o melhor que tem
Sua exuberância, seu frutos, flores e sua beleza descomunal
E não para ai.
O viço vigoroso e invisível das raizes a produzir
A lançar ao ar um verde nunca visto ,
Tão definido e sólido em forma de vida
Ah rica terra !
Caminho com os olhos no seu dorso todos os dias
Como uma criança a contemplar sua mãe
E perco-me no infinito do seu horizonte
Oh ! Terra poderosa!
Fortaleza inexpugnável de fertilidade
Que não nega nada e tudo recebe com naturalidade
Juntos não paramos de produzir, enlevados por um amor telúrico
Não paras de jorrar em mim ,
O rio da vida, que tambem corre pelas minhas veias
E pela minha alma encarnecida
Renovo em tí todas as horas, o ardor juvenil de viver em encantamento
De sublimar os sentimentos pois é tudo que amo e o que mais amo
Ès tu, oh a terra, minha namorada fiel, dócil e taciturna
Que nada me cobra e me ama em silêncio
Que me acolhe hoje e me acolherá no futuro em seu seio quente
E como mãe dadivosa,
Haverá de rapartir-me com outros filhos igualmente amados por tí no processo de transfirmação que é a essência da vida.