No beiral das coisas renascidas
No beiral das coisas renascidas emerge
do ocre barro um hálito infantil original.
Do lírio a finura e o jeito doce
e do lince a fleuma, o garbo intenso.
Não se fujo, não sei se fico ...
Pensa a louca gata no seu modo corredio
de quem espera impaciente a astrolábica
promessa da coisa amadurecida.
E logo, logo a água sobe e já alaga o perfil
líquido da própria água, e as pedra agudas
se soltam da falésia em derrocada...
No beiral das coisas renascidas
andorinhas aguardam agora o nascimento
da ninhada.