No beiral das coisas renascidas

No beiral das coisas renascidas emerge

do ocre barro um hálito infantil original.

Do lírio a finura e o jeito doce

e do lince a fleuma, o garbo intenso.

Não se fujo, não sei se fico ...

Pensa a louca gata no seu modo corredio

de quem espera impaciente a astrolábica

promessa da coisa amadurecida.

E logo, logo a água sobe e já alaga o perfil

líquido da própria água, e as pedra agudas

se soltam da falésia em derrocada...

No beiral das coisas renascidas

andorinhas aguardam agora o nascimento

da ninhada.

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 16/03/2007
Código do texto: T414528
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