Cantiga ao menininho doente
Abre os olhos menino faça um pedido
As três Marias do céu, quem sabe num,
Arco arretado de estrela caia uma chuva ao véu
E seus lábios caramelados pequenos sintam o doce mel.
Abra os braços moleque, venha cá comigo voar,
Junto aos passarinhos travessos cantarolam-te
E se caso a noite precipitar-se em ir embora cantarmos íamos
A aurora do raiar, sem cessar, entre os ventos quentinhos do dia.
Não, por favor, não padeça esmerasse mais ao berço,
Contáreis-lhe miúdas estórias de ninar, quem sabe cantigas,
Mas abra suas mãos, e ponha sob as minhas.
Sonhe a som de vinil de sua mãe, aquele que espanta
O bicho-papão. Descanse bordarei delicadamente a lua afim
De admirastes, afim que não sofras, afim que não morra.