O Grito
Há, em mim, um grito a calar
Inexplicávemente não consegue soar
O que sinto e calo dolentemente
E me consome lentamente
Fica presa a minha voz
Porque é farpado, atroz
O lamento que lamento
E não se liberta ao vento
Há um grito que me grita
Do silêncio a covardia
Minha mente não se agita
Nem na noite nem no dia
Quero um coro possante
Que me ajude a libertar esse grito
Largar as lamúrias e o choro
De sentir o Povo aflito
Já me sinto rouco
De gritar como um louco
E sentir ouvidos alienados
Por dormirem acordados
Delfim Peixoto © ®
Mais aqui: http://clarim1.blogspot.pt/