Eu, escrever um livro?
Eu, escrever um livro?
Você que é um
Amor de ternura
Você que é uma
Musa encantadora
Você que é um
Turbilhão de afetos.
Tampouco, sou poeta.
Sou sim, um guerrilheiro
Dos sentimentos
Que tantos são
Que me impõem
A escuridão
Do meu silêncio.
Tu, sim!
Escreves com fina brandura
Fazes para as faces
Diversas molduras
Verdadeiras esculturas
Tatuadas em corações
Com a envergadura das emoções.
A mim
Sobra a réstia
Dos corações em desafeto
Cravada em peito
Estruturas dos desencantos
Borradas e apagadas
Com a tintura dos meus feitos.
Para nós, sim
Fica o desafio
Imposto pelo egoísmo
Do vazio da razão
Que viver é escrever
Preencher com fervor
E a ceifa da paixão
Colhendo o amor
Pois, triste é a solidão.