Palhaço
Há sempre um palhaço no meio do salão
Alto, baixo, delgado, branco, negro
Contando os passos, acertando os braços, erguendo as mãos
Há sempre um palhaço no meio do salão
Rodopiando, a procura do outro que se esquiva
Pois a sua dor está escondida na desilusão
Há sempre um palhaço no meio do salão
Que procura firmar-se num ponto pendente
Dos seres inocentes que buscam nas notas
Alento para as mágoas do coração
Há sempre um palhaço no meio do salão
Que com máscara alegre, revive o passado
Num presente repleto de malícias
Permeado de caricias, roubadas num olhar
Há sempre um palhaço no meio do salão
Que num vira-vira, da fantástica vida
Procura nos acordes, soltos na multidão
A sua alma gemea, num Pierrot, numa Colombina
Em meio a fantasia da imaginação