DE CORPO E ALMA
Com os pés pisando
à procura do caminho
com os braços abertos
a receber o novo chão
com as mãos soltas
seguro o vinho
com alta voz
defendo o irmão.
De olho aberto
vejo o anoitecer
de nariz arisco
sinto o aroma da vida
de corpo na horizontal
recebo o amanhecer
de mente aberta
vejo uma saída.
Com ouvido vivo
ouço a lamentação
com largas passadas
procuro o futuro
com a humanidade
uso o coração
com honestos pensamentos
me mantenho puro.
De vento em popa
estar o meu viver
de busca contínua
por algo melhor
de corpo e alma
infiltra-se meu ser
de procura ao real
antes de voltar ao pó.
Com os dedos ágeis
ponho-me a escrever
com justa consciência
penso em mudar
com forte significado
procuro mais viver
com um forte sentimento
estou sempre a amar.
De sol a sol
busco o rio
de pura água corrente
quero me lavar
de dia em dia
procuro mais brio
de pouco a pouco
alcançar meu lugar.
Obs.: poesia publicada no Jornal Estudantil de Arcoverde, PE, em 1983.