NAS ASAS DE UM PÁSSARO POETA
(Regilene Rodrigues Neves)
Minha alma esvoaçada
Quis bater asas
Agitar-se ao vento
Que sopra do alto das planícies
Sair da mesmice
De dias melancólicos
Que ficam arredor do tempo
Feito morcego
Querendo sugar-me toda alegria...
Minhas asas
Não se prendem muito tempo
Em nostálgicos sentimentos...
Porque trago dentro de mim
A liberdade de um pássaro poeta
Que sai a caça de sol
Avistando poesia
Pelas manhãs mesmo que taciturnas...
A revelia de auroras
Minhas asas se agitam
Fazendo rasantes sob o céu
Enxergando em longínquos
Novos horizontes...
Até que o infinito se aproxime
E eu grite toda liberdade
Que há em mim...
Pois sou feita de versos pra não chorar
E neles não há limite pra sonhar...
Então sou quimera
Fantasia ou simples utopia
Voando desaforada
Nas asas de um pássaro poeta
Arrebatado pela poesia
Que capta sua alma...
Enxergando em dias tristes e vazios
Luas embevecidas de estrelas
E manhãs iluminadas de sol
Porque entre o ocaso e a aurora
A luz nunca se apaga...
E meu pássaro
Entre eles faz alvorada
Batendo suas asas...