Vaticínio

A buzina repetida do cara que entrega gás,

e a turba divertida que do lixo corre atrás;

as comadres reunidas em risos, bla-blá-blás,

obra interrompida, na falta que insumo faz...

A letra redigida, uma vez lida feedback traz,

apreciação dessa vida, uma passagem fugaz;

autoridade vendida, e estranho gesto de paz,

cara de pau encardida, fala, sim, depois, mas...

A amada recolhida, os planos de vida refaz,

esperança foi vencida por uma sina mordaz;

a carta que escondida, era quatro, e não ás!

e, a verdade trazida algum desengano traz...

A profecia cumprida pra breve, um zás-trás,

o querer e a querida, vão compartir os sofás,

enquanto pasma a torcida com seus bafafás,

nós viveremos a vida, refeitos das noites más...

Aquela cinzenta ermida se vestirá vestes lilás,

agora está esquecida, mas, estará em cartaz;

onde a bela adormecida, livre das bruxas más,

dirá sim, à vida, oponham-se agora, ou jamais...