ASAS DA LUZ
Quero romper a amargura
Com a ajuda da felicidade.
E se na luta que travarei,
Tiver que enfrentar a maldade
Que ronda nas trevas, buscarei,
Refúgio na doce bondade.
As algemas que me prendiam,
Aqui nessa cela escura,
A piedade já destravou.
Dos grilhões em meus pés cor púrpura,
Que me impôs a desventura,
Livrou-me, a alma pura, acabou!
O tempo venceu a dor
E a dor venceu a clausura.
A ironia se fez presente,
Trouxe com ela o som
E devolveu-me a compostura,
Que antes se punha ausente!
Agora a luz que me espera,
Tem a cor da primavera,
E o perfume do mar.
No caminho em minha frente,
Espera-me a bela quimera,
De apenas viver e amar!