Espera
No coração
Um deserto infinito
Que cala a voz
Tremulosa da existência
Um eu em farpas
Permanece mudo
Inerte
Em silêncio mortal
No eco do vazio
Firma-se uma dor silenciosa
Que fere a alma
Calada
Sem urgências de vida e de fala
Mas de repente
Nasce nesse vazio
Uma luzinha fraca
Que indica
Um fio de esperança
Suspensa no vazio
A espera do senhor da vida
(tempo)
Só ele poderá transformar
O silêncio em palavras
E fazer sair do casulo
O grito de liberdade
Ainda preso na garganta.