Quero um amor maior ainda
Eu quero um amor de antes;
Bem antes do Big-bang.
Antes dos motivos que vêm
Do ser que cria a própria clarividência;
Antes dos elementos
Elementares para a explosão criadora;
Antes do próprio bem ou mal
Que faz, do nada, o ser criador criar.
Quero um amor abnegado desse ser
Que tudo cria sem orgulho
Todo um insignificante universo
E depois, sem mais nem menos,
Vai dormir em manjedoura.
Quero um amor que não me cegue
Quando haja luz.
Um amor que venha de
Outro amor maior, que me
Traga um outro bem maior ainda.
Eu quero, sem dúvida, não duvidar
De um amor sem ódio, sem reservas,
Que me sustente diante da dor
De ser um ser criador Que,
Pela ignorância, cria a própria dor.
Que me faça delirar de emoção
Mesmo diante das coisas vis.
Não quero ser feliz, mas viver à luz
Da suprema e real felicidade.
Quero um amor de antes do tempo,
Do vento, do espaço Que se abre
Para amparar os elementos.
De antes das circunstâncias
Que regem os acontecimentos.
Não quero muito não.
Só um amor que se confunda
Ou que se pareça com amor de mãe.