CHORAM ACÁCIAS

No desencontro de dois corações desavindos

irrompem-se lágrimas de saudade e abraços

reedificam redundantes sonhos sob laços

e uma fragrância corre ante amores perdidos

Ao longe, acácias vermelhas agora choram

e por tanto desespero espalham-se nos cantos

da cidade onde o sol no jardim arrefece prantos

e adia o reencontro de almas que se procuram

O asfalto já atormentado irradia tristezas

e quem nele descalço pisa sente fluir lágrimas

que apressam o caminhar cortado com esgrimas

que ferem uma vida reprimida nas asperezas

Já não perfumam jardins essas acácias

por ora só brilham seu vermelho natural

que conduz amores a um luar sem moral

enquanto semblantes mendigam senão carícias

O perfume dos pássaros chilreia no céu

e somente um olhar seco lacrimeja esquecido

na única esperança de um amor vencido

pela ostensiva eternidade que expõe o véu

POR KAZEVY

Benguela, 28/12/2012

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 28/12/2012
Reeditado em 27/08/2014
Código do texto: T4056712
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