O porquê
Queria entender o porquê
De tanta coisa na vida
Fui gostar justo de você
Logo agora com a partida
Me pergunto sem querer
O por que ter sido escolhida
Descubro que o porquê não há
Se a única razão é querer bem
Sem ter o que se preocupar
Que mal faz gostar de alguém?
Talvez pelo puro prazer de amar
Ou por ser você, mais ninguém
Essa brincadeira de não saber
Talvez faça mais sentido
E confunda mais as coisas
Pois se me sinto atraído
Sem saber como agir, então
Quem sabe sou um iludido?
Sendo ou não, sigo adiante
A rotina virou minha sina
De manhã vou pro trabalho
E a tarde te ver, menina
Vou até comer sem fome
Alimentar minha adrenalina
Em casa já fiz estoque de pão
E os versos tem fluído mais
É óbvio que é interferência sua
Não sei se isso te satisfaz
Mas a mim tem tomado o ar
Como um só sopro fugaz
Estando sem ar, e sem porquê
Tendo na dispensa muito pão
Me resta escrever e rabiscar
Alimentando a mente e a mão
Bolando teorias pra roubar você
Quem sabe me tornar ladrão
Sem aquela violência de antes
Também sem precisar ser direto
Quem sabe um romantismo picante
Ou talvez um admirador indiscreto
Que rouba sorrisos de longe
Sem que seja sequer descoberto
Posso ser assim e muito mais
Tudo que imaginar na mente
Pois se é tudo só uma teoria
E talvez nunca alcance a gente
Eu aqui sentado pensando
E você lá sendo negligente
O melhor de não saber o porquê
É a certeza que porquê não existe
Porque se o porquê existisse mesmo
Não existiria tanta gente triste
E quando se descobre o porquê
Aí é que a gente mais insiste
Mas quer saber de uma?
Por que de você eu desistiria?
Se ainda nem tentei direito
Ainda nem sei se amaria
Ser um “gatuno de corações”
Ou um romântico à revelia